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Lição PG nº 7 - 16 de fevereiro - A caminho de Emaús

A CAMINHO DE EMAÚS Mais eles insistiram muito com Ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando.” Lucas 24:29 No final do holocausto alguns eruditos Judeus sobreviventes, resolveram levar Deus a julgamento, a fé deles estava abalada por tanto sofrimento e terror, eles haviam vivido momentos de dor indescritível, […]


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A CAMINHO DE EMAÚS

Mais eles insistiram muito com Ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando.” Lucas 24:29

No final do holocausto alguns eruditos Judeus sobreviventes, resolveram levar Deus a julgamento, a fé deles estava abalada por tanto sofrimento e terror, eles haviam vivido momentos de dor indescritível, um dos sobreviventes chamado Eliezer Wiesel relata que um dos momentos de maior dor foi ser obrigado a assistir o enforcamento de um garoto, e ouvir atrás de si uma voz revoltada perguntando: onde está Deus? Onde está Deus agora? Eliezer relata: “E ouvi dentro em mim uma voz responder: Onde está Ele? Ei-lo aqui – ele está
pendurado aqui nesta forca...” Suas palavras eram mais verdadeiras do que ele sabia.

Hoje iremos através do estudo do texto de Lucas 24:13-35 relembrar algumas lições sobre como a presença de Jesus em nossa vida fará toda diferença ao enfrentarmos momentos de dor e angústia.

“Ao entardecer do dia da ressurreição, dois dos discípulos estavam no caminho de Emaús, pequena aldeia a cerca de doze quilômetros de Jerusalém. Esses discípulos não haviam desempenhado papel saliente na obra de Cristo, mas eram crentes fervorosos nEle.”
DTN, pág 593.

I - Nossa visão é limitada
a. Verso 13: “Naquele mesmo dia”
Aquele dia era o domingo da ressurreição dia de festejar a vitória na cruz, dia de boas novas, mas na vida daqueles discípulos só havia dor e dúvidas as boas notícias pareciam delírios, eles tinham todos os motivos para sorrir mas estavam chorando.

b. Verso 15: “O próprio Jesus se aproximou”
Emaús era uma cidade sem expressão, aqueles discípulos eram desconhecidos, imagine quantas pessoas com mais importância aos olhos humanos poderiam receber as notícias por meio do próprio Jesus. Aqueles eram discípulos desconhecidos para nós mas amados e
queridos por Jesus. Ele sempre se aproxima do sofredor.

II – Os planos de Deus são maiores que os nossos
a. Verso 16 e 17: “Olhos impedidos pela dor... O que vos preocupa? Sobre o que conversais ao longo do caminho?”

Jesus poderia ter-se identificado imediatamente, mas não o fez. Ellen G. White nos diz porque razão: “Houvesse primeiro Se manifestado a eles, e seu coração teria ficado satisfeito. Na plenitude de seu gozo, não teriam ambicionado nada mais. Mas era-lhes necessário compreender os testemunhos dados a respeito dEle pelos símbolos e profecias do velho testamento. Sobre estes devia estabelecer-se sua fé.” DTN pág 594

Para aqueles discípulos a maior dor era a aparente indiferença de Deus, pois eles esperavam que Jesus fosse o libertador do Julgo romano e agora para eles, Jesus estava morto e Deus não havia feito nada para impedir. Nos momentos de dor, a maior angustia muitas vezes é a aparente indiferença de Deus. Quantas vezes não ouvimos alguém nos perguntar: porque Deus não responde, porque Ele não age?

Jesus então aparece e faz uma pergunta intrigante: “sobre o que conversais?”. É claro que Jesus sabia sobre o que eles estavam conversando, mas não parecia que era sobre o assunto da cruz, pois para Jesus o assunto da cruz era motivo de glória e alegria, mas para eles era
motivo de decepção e angustia. Muitos dos nossos problemas são para nós motivos de angústia e desesperos, mas para Jesus é o início das grandes oportunidades e a possibilidade de a glória de Deus ser vista em nossa vida.

Para um jovem o final de um relacionamento de namoro pode ser motivo de dor para Deus uma oportunidade de livrá-lo de um mau casamento. Para um homem de negócios um empreendimento frustrado pode ser motivo de desânimo mas para Deus a oportunidade de livramento de um mau negócio. Muitas vezes a dor nos impede de ver que os grandes sonhos de Deus estão se cumprindo em nossa vida.

b. Verso 20 e 27: “Condenado a morte e crucificado... convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória.”

A cruz era para eles um motivo de vergonha e rejeição. Mas para Jesus era o caminho para a glória e a maior demonstração que poderia ser dada pelo céu de quanto Deus ama a humanidade, de como Deus sabe que sofremos, de como Ele entende a nossa dor, e apesar de nesta vida não explicá-las, Ele as entende.

Joni Eareckson em 1967 era uma adolescente linda e atlética, sofreu um terrível acidente de mergulho, o qual a deixou quadriplégica. Ela conta a sua história com tocante honestidade, inclusive suas épocas de amargura, ira, rebeldia e desespero, e como, gradativamente, através do amor de familiares e amigos, ela chegou a confiar na soberania de Deus e construir uma nova vida de pintura com a boca e conferências públicas sob a bênção de Deus. Certa noite, mais ou menos três anos depois do acidente de Joni, Cindy, uma de suas amigas mais chegadas, assentada ao lado da cama de Joni, falou-lhe de Jesus, dizendo: “Ora, ele também ficou paralisado”. Não lhe havia ocorrido antes que na cruz Jesus sofreu
dor parecida com a dela, ficando incapaz de se mover praticamente paralisado. Ela achou esse pensamento profundamente confortador.

Na cruz Cristo ficou paralisado pela extrema dor dos nossos pecados.

III – Atitude humana diante da dor
a. Verso 28 e 29: “Fez menção de passar a diante...fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina”

Muitas vezes dizemos: já é tarde não tem mais jeito. Aqueles discípulos se viram cercados pela noite mas disseram já é tarde fica conosco. Quando fica tarde, quando a noite chega, quando as trevas cercam o nosso casamento, nossos negócios, nossos filhos, nossa saúde, podemos reagir de duas formas: podemos dizer já é tarde não tem mais jeito ou dizer fica Jesus! E a presença de Jesus vai espancar as trevas da dor.

b. Verso 30 e 31: “Quando estavam a mesa...se lhes abriram os olhos”

No oriente médio a atitude de convidar alguém para casa é um costume que culturalmente tem alguns significados, na maioria das vezes a comida é escassa se alguém é convidado tem que ser alguém importante e momento da refeição é um momento importante para criar laços e vínculos com a família que convidou.

Eles não reconheceram Jesus na estrada, o reconheceram apenas em casa ao redor da mesa pois para eles agora Jesus não era apenas um andarilho vindo de Jerusalém, o fato de O terem convidado para casa mostrava que eles queriam que aquele aparente desconhecido se
tornasse um amigo e fizesse parte do convívio familiar.

Cristo não foi reconhecido por eles no simples caminhar ao lado pelo caminho, mas no convite para o círculo familiar. Muitos não conhecem Jesus hoje pois tem uma relação
apenas superficial. No momento em que você permitir que Ele conduza a sua vida financeira, dirija seus negócios em seus mínimos detalhes, relacionamentos, então você o reconhecerá e irá sentir o quando você o convidar a fazer parte de sua família e pedir para que Ele administre seus coração aquecido como os discípulos de Emaús sentiram.

Jesus certamente esperava um convite dos discípulos de Emaús, mas não forçaria Sua presença. Parecendo querer ir mais longe, Ele pôs a prova as verdadeiras intenções dos dois discípulos. Felizmente os dois discípulos reconheceram sua oportunidade e abraçaram-na.
O texto diz que eles “constrangeram Jesus a ficar” constranger é mais forte que convidar. Constranger é fazer o que Jacó fez naquela noite em que lutava com o Anjo

“Não te deixarei ir se não me abençoares” (Gên. 32:26 ). Podeis adivinhar a resposta de Jesus: “E entrou para ficar com eles.” Jesus não recusa jamais um convite sincero. Sua promessa é: “Entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo.” Apoc. 3:20.

Isso é fidelidade, é envolver Jesus nos detalhes e em todas as dimensões de sua vida social, espiritual e física. Quando me torno mordomo de Cristo sinto prazer em convidá-lo a fazer parte da família pois não tenho nada a esconder de Sua santa presença.

Cleopas e seu companheiro no caminho de Emaús não perceberam que era Jesus quem estava andando ao lado deles, mas isto constituía uma realidade. Esse mesmo Jesus está andando ao vosso lado, pois “não está longe de cada um de nós” (Atos 17:27). Além e mais do que isso, Ele prometeu: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.” (Hebreus 13:5 )

Conclusão
Em 1878 a doença conhecida como peste negra se espalhou pela Europa, as pessoas contagiadas tinham que ser isoladas do convívio dos demais familiares, em uma das casas uma garota contagiada foi isolada, o que causava dor a família e em especial a mãe. Um dia a mãe foi visitá-la e separada por uma cortina ouviu a filha perguntar aos enfermeiros, porque minha mãe não vem me ver onde ela está? A mãe dominada por seu amor correu a abraçou a filha selando seu destino com o da filha.

Nesse mundo de dor e sofrimento Jesus sempre ouve o clamor de seus filhos e na cruz Ele mostrou que nossa dor e sofrimento são entendidos pelo céu e que o nosso destino está selado com o dEle.

Hoje vosso caminho pode conduzir-vos a “Emaús”. Talvez vos leve ao vale do desânimo ou através do áspero trilho da dor; se isto acontecer, podeis estar certos de que Jesus Se acha bem perto de vós, embora vossos olhos estejam “fechados” e não possais vê-lo.

“A noite é escura, mas resplandece sobre eles o Sol da justiça. Salta-lhes de gozo o coração. Parecem estar em um mundo novo. Cristo é um Salvador vivo. Não mais O pranteiam como morto. Cristo ressurgiu – repetem uma e muitas vezes. Esta é a mensagem que vão levar aos
outros contristados.” O Desejado de todas as nações, 801.

PARA DISCUTIR

1. Em algum momento você teve um sonho frustrado e seu coração ficou partido? O que o ajuda a reconhecer Jesus ao seu lado nesses momentos?
2. Como você descreveria sua caminhada com Cristo nesse momento: Com altos e baixos,
crescendo, muito próxima vacilante, maravilhosa, etc.
3. Por que os discípulos retornaram para Jerusalém? O que mudou? Como um encontro pessoal com Cristo lhe dá poder e argumentos para testemunhar?

Pr. Josanan Alves
Mordomia Cristã – União Nordeste Brasileira