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Lição PG nº 46 - 17 de novembro - Necessidade x Cobiça

NECESSIDADE X COBIÇA “Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e venhas a vomitar” Provérbios 25:16 A cobiça atinge um mal interior que é a raiz de muitos males exteriores. A cobiça se parece com uma natural necessidade de crescimento e conquista, mas sua principal característica […]


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NECESSIDADE X COBIÇA

“Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e venhas a vomitar” Provérbios 25:16

A cobiça atinge um mal interior que é a raiz de muitos males exteriores. A cobiça se parece com uma natural necessidade de crescimento e conquista, mas sua principal característica é ser insaciável. Existe o desejo legítimo e a cobiça. O primeiro, refere-se ao não suprimento das necessidades e, em alguns casos, um pouco mais, atingindo o nível do conforto. O segundo, já vai muito além, alcança o excesso e avança rumo ao proibido. A cobiça é um desejo forte, constante e insaciável. Mas onde está a exata fronteira entre uma e outra coisa? Precisamos de sabedoria para encontrar a resposta.

É difícil dizer onde o desejo ingênuo se transforma em cobiça, assim como não podemos determinar com certeza a exata quantidade de comida que alguém precisa consumir. Apesar da dificuldade, podemos citar alguns parâmetros de verificação. Cada um de nós devemos buscar sabedoria de Deus para reconhecer que a sua necessidade foi suprida e seu apetite saciado. Depois disso, o desejo torna-se cobiça. “Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e venhas a vomitar” (Pv. 25:16). É preciso observar o ensinamento bíblico em relação ao que desejamos. Deus estabeleceu limites e foi Ele quem disse a Adão que poderia comer do fruto de todas as árvores, exceto uma (Gn. 2.16-17). Quando desejamos o que Deus proibiu, está caracterizada a cobiça.

Nos dez mandamentos, está escrito: “não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êx. 20.17). Portanto, o direito do outro é um dos nossos limites. Se esse mandamento não fosse obedecido, a consequência poderia ser a transgressão de outros, tais como “Não adulterarás”, “Não furtarás” e “Não matarás”. Portanto, a proibição da cobiça atinge um mal interior que é a raiz de muitos males exteriores. A história de Acabe ilustra bem o conceito. Aquele rei possuía riqueza e todo tipo de bens materiais, mas dirigiu seus olhos e sua cobiça à vinha de Nabote, seu vizinho. Seu desejo incontido desencadeou uma série de pecados: abuso de autoridade, acusação, falso testemunho, homicídio e roubo (I Rs. 21). “Todo o trabalho do homem é para a sua boca, contudo nada satisfaz a sua cobiça” (Ec.6:7). A gula é confundida com fome e apetite. Confunde-se luxúria com amor. A cobiça se parece com uma natural necessidade de crescimento e conquista, mas sua principal característica é ser insaciável. Nada é capaz de satisfazê-la, por isso, o homem se lança aos excessos.

Tal comportamento pode parecer fruto de uma forte motivação para o trabalho. Então, o indivíduo deixa de ter tempo para a família e para Deus, pois precisa atender às suas ambições materiais que lhe parecem legítimas, sobretudo no contexto capitalista atual, no qual a essência do marketing consiste em criar necessidades e estimular desejos sem fim. O consumismo é a religião dos tempos modernos. Tudo isso pode levar a muitas conquistas, e um sintoma visível desse tipo de situação é o caso do indivíduo que adquiriu muito mais do que é capaz de usufruir. Alguns ambiciosos tornam-se megalomaníacos e o seu prazer está em superar o seu semelhante. “Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra! A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores” (Is.5:8-9).

"Muitos do povo de Deus são entorpecidos pelo espírito do mundo, e estão negando sua fé pelas suas obras. Cultivam o amor ao dinheiro, às casas e terras, a ponto de isto lhes absorver as faculdades da mente e do ser e excluir o amor ao Criador e às almas por quem Cristo morreu. O deus deste mundo lhes cegou os olhos; seus interesses eternos se tornam secundários; e o cérebro, os ossos e os músculos são sobrecarregados ao máximo para lhes aumentar as posses terrenas. E todo esse acúmulo de cuidados e aflições é suportado em direta violação da exortação de Cristo: "Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam." Mat. 6:19. Esquecem-se de que Ele disse também: Ajuntai para vós tesouros no Céu; que assim fazendo estarão trabalhando em seu próprio interesse. O tesouro acumulado no Céu está seguro; ladrão algum pode aproximar-se nem a traça corroê-lo. Mas seu tesouro está na Terra, e têm suas afeições em seu tesouro." Conselho Sobre Mordomia, Pág. 209

PARA DISCUTIR

1. A cobiça é característica da natureza carnal ou espiritual?
2. Você consegue percorrer o shopping e sair sem comprar coisa alguma?
3. Dizer alguns “nãos” às crianças é uma forma de ensiná-las o controle sobre o desejo? Quando estiver com seu filho numa loja, é melhor comprar um brinquedo do que dois?
4. O desejo é fonte do bem e do mal. Como podemos diferenciar isso?
5. Algumas situações da vida envolvem concorrência e alguém sairá perdendo. Até que ponto isso é normal e aceitável?

CONCLUSÃO - APELO

A cobiça pode levar à riqueza. Depois que o homem enriquece, ele se vê no direito de cobiçar muito mais. Esse pecado encontra mais espaço e recursos para crescer e se multiplicar, é um ciclo sem fim. Contudo, o pobre não está livre da cobiça. É verdade que nas questões materiais, ele pode padecer necessidades e o seu desejo é, muitas vezes, legítimo e natural. Por isso, devemos estar atentos a esse sentimento e buscarmos a Deus para que Ele possa construir, em nós, o verdadeiro sentido para uma vida financeira baseada nos princípios cristãos. O controle da cobiça começa pela conscientização. É preciso saber identificá-la em nós. Depois, vem a vontade do indivíduo. Precisamos querer controlar a cobiça. Isto é negar a si mesmo, dizer não para si mesmo (Mt.16.24). Entretanto, precisamos da indispensável ajuda do Espírito Santo, pois só Ele pode produzir, em nós, o domínio próprio (Gal. 5:22).

VERSOS BÍBLICOS USADOS NA LIÇÃO
Provérbios 25:16; Gênesis 2:16-17; Êxodo 20:17; I Reis 21; Eclesiastes 6:7; Isaías 5:8-9; Mateus 16:24; Gálatas 5:22; Mateus 6;16.

 

Pr. Elmir Santos – Líder de Mordomia da USeB
Adaptado por: Rafaella Andrade – Secretária de Mordomia UNeB