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Lição de PG nº 51 - 21 de Dezembro - A lei celestial da beneficência e o seu propósito

A LEI CELESTIAL DA BENEFICÊNCIA E O SEU PROPÓSITO Respondeu Jesus: “Eles não precisam ir. Deem-lhes vocês algo para comer.” Mateus 14:16 Imagine um jovem saindo muito cedo de casa para escutar a mensagem de um pregador itinerante muito famoso que passava pela região. Como a reunião aconteceria fora da cidade, e provavelmente duraria o dia todo, […]


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A LEI CELESTIAL DA BENEFICÊNCIA E O SEU PROPÓSITO

Respondeu Jesus: “Eles não precisam ir. Deem-lhes vocês algo para comer.” Mateus 14:16

Imagine um jovem saindo muito cedo de casa para escutar a mensagem de um pregador itinerante muito famoso que passava pela região. Como a reunião aconteceria fora da cidade, e provavelmente duraria o dia todo, sua carinhosa mãe, muito previdente, entregou-lhe uma cesta contendo alimento, o que, com certeza, ser-lhe-ia muito útil. Mas pensando
na carga que teria de levar, e na distância a ser percorrida, o rapaz deve ter feito menção de deixar a cesta, ou pelo menos
parte do conteúdo, mas a mãe insistiu para que levasse todo o mantimento. Ao fim da primeira hora de caminhada, a fome começava a aparecer, e o rapaz já estava agradecido à mãe pelo cuidado. Mas para não estragar o apetite, resolveu deixar o conteúdo da cesta intacto, reservando-o para o momento em que a fome estivesse mais intensa. “Nessa hora, quero retirar-me da multidão, para um ponto isolado, e então desfrutar sozinho do lanche”, pensava o rapaz.

Por fim, juntamente com uma multidão, que encontrou pelo caminho, chegou até onde estava o pregador. O lindo lugar ficava na encosta de uma montanha com vistas para o mar. O pregador e seus auxiliares já estavam assentados à frente, enquanto mais e mais gente chegava! Esta história, completa, está relatada em João 6:1-15.

I – Pedidos de Deus: Preocupação com os necessitados
v. 5 e 7 – “Então, Jesus, erguendo os olhos e vendo que grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pães para lhes dar a comer? ... Respondeu-lhe Filipe: Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu sustento.” (Grifo nosso).

1- Os pedidos de Deus nos conduzem a duas verdades importantes: “Onde [B]compraremos pães [A]para lhes dar a comer?” Este texto (v. 5, sublinhado nosso) nos revela duas verdades muito importantes.

A. Vivemos para servir às necessidades do mundo (“para lhes dar de comer”) - Em primeiro lugar, o Senhor quis ensinar os seus servos a pensarem, a se preocuparem com as necessidades dos outros. Deseja que nos afastemos das nossas próprias necessidades e que olhemos para fora de nós mesmos, para cuidar das outras ovelhas de seu rebanho. Esse deve ser o propósito de nossa existência e será a única maneira de encontrarmos a felicidade.

“...A maneira em que se pode alcançar a verdadeira felicidade é buscar o bem alheio.... Quanto mais destituído de egoísmo for o seu espírito, tanto mais feliz será, porque está cumprindo o propósito de Deus para Ele. O fôlego divino é soprado através dele, tornando-o pleno de alegria.” CSM, 24 e 25

B. É o próprio Senhor quem coopera com nosso trabalho em prol dos necessitados (“onde compraremos pães...?”) – Sempre que somos chamados, convidados por Deus a exercer abnegação, sacrifício ou esforço quando fazemos a Sua obra, podemos ter a certeza de que Ele está conosco. Não mandou apenas que os discípulos se preocupassem sozinhos com o pão. Ele estava envolvido, e o verbo “compraremos”, utilizado no texto é muito revelador.

2- Resultados de atendermos aos pedidos:
a) Nós mesmos somos beneficiados
“O Senhor permite que a homens e mulheres sobrevenham o sofrimento, a calamidade, para nos tirar do nosso egoísmo, para em nós despertar os atributos de Seu caráter: compaixão, ternura e amor.” CSM, 23.
b) Ficamos mais semelhantes a Cristo
“Cada ato de abnegação para o bem dos outros fortalecerá o espírito de beneficência no coração do doador, levando-o cada vez mais perto do Redentor do mundo, que ‘sendo rico, por amor de nós Se fez pobre, para que pela Sua pobreza enriquecêssemos. ” CSM, 20-2º.
“ Deus nos dá, para que possamos nos tornar como Ele: generosos, nobres, caridosos, ao dar uns aos outros.” CSM, 22

3- A resposta de Filipe:

Voltando à história, tanto para Filipe quanto para nós, uma grande necessidade quase sempre representa uma  impossibilidade! E Filipe, pensando que Jesus não estava consciente da grandeza do problema, procurou informá-lo de que “não bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço.” João 6:7. Um denário era o salário de um dia, e, portanto, duzentos denários somavam cerca de oito meses de trabalho, o que chegaria facilmente perto dos R$ 2.000,00 em nosso dinheiro. Filipe conhecia muito bem a vida financeira do grupo, e por isso achava a situação sem saída. Ainda hoje experimentamos esta luta entre a Visão da Realidade x Visão da Fé.

II – Objetivos dos pedidos de Deus!
v. 9 – “Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tanta gente?
v. 6 – “Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que estava para fazer”.

Desta história podemos entender o fato de que os pedidos de Deus geralmente têm dois objetivos principais:

1- Revelar Nossa Impotência Diante dos Desafios
(“mas isto que é para tanta gente?”) – Em muitos casos, os servos de Deus podem desanimar quando olham para suas próprias condições de atender aos chamados de Deus. E isto está de acordo com os planos de Satanás. Mas o Senhor deseja que o nosso desamparo e necessidade nos leve a buscá-Lo de forma mais intensa. E, se, apesar de nossas limitações, colocarmos com sacrifício diante de Deus apenas aquilo que temos à disposição, o Senhor operará em nós e através de nós.

2- Revelar e Aperfeiçoar o Caráter:

(“Mas isto dizia para o experimentar...” v. 6). Os convites de Deus para participarmos de Sua obra de ajudar a outros, podem estar sendo uma prova para o desenvolvimento do nosso caráter.

Maneira de o homem ser como Deus: “Deus planejou o sistema de beneficência, a fim de que o homem se pudesse
tornar como seu Criador: de índole benevolente e abnegada, e ser finalmente coparticipante de Cristo, da eterna, gloriosa recompensa.” CSM, 15

Indiferença corrói a espiritualidade: “Mas os que manifestam indiferença para com os sofredores da humanidade,
serão acusados de indiferença para com Jesus, na pessoa dos santos que sofrem. Nada solapa mais depressa a espiritualidade da alma do que encerrá-la no egoísmo e no cuidado de si mesma.” CSM, 27

Não atender produz perda eterna: “Os que vivem para satisfazer o apetite e os desejos egoístas, perderão o favor de Deus, e perderão a recompensa celeste. Testificam diante do mundo não terem fé genuína, e quando pretenderem comunicar aos outros o conhecimento da verdade presente, o mundo considerar-lhes-á as palavras como o metal que soa e como o sino que retine.” CSM, 29

Felicidade: Buscando o Bem dos Outros - “... A maneira em que se pode alcançar a verdadeira felicidade é buscar o bem alheio.... Quanto mais destituído de egoísmo for o seu espírito, tanto mais feliz será, porque está cumprindo o propósito de Deus para Ele. O fôlego divino é soprado através dele, tornando-o pleno de alegria.” CSM, 24 Por Sua imensa misericórdia que nosso bondoso Deus permite eventualmente que os pedidos de recursos nos cheguem aos ouvidos, apenas para que desfrutemos do privilégio de nos tornarmos participantes de Sua obra e caráter.

3- Revelar Sua Onipotência (“Porque ele bem sabia o que estava para fazer” v. 6). Nosso Deus, tudo sabe e tudo pode fazer. Em Sua grandeza, nunca é pego de surpresa pelas aparentes impossibilidades da obra que nos chama para fazer. Em lugar disso, serve-se dos desafios e aparentes impossibilidades inerentes aos chamados e convites que nos faz, para levar-nos a perceber Seu infinito poder e, por consequência, a termos uma experiência de maior intimidade e confiança para com Ele.
“O ouro e a prata pertencem ao Senhor; e Ele os poderia fazer chover do Céu, se o quisesse. Mas em vez disso fez Ele do homem o Seu mordomo, confiando-lhe recursos não para que fossem acumulados, mas usados em benefício de outros.” CSM, 15-1º.

III – Entrega Humana: Motivada por Impulsos ou Princípios?
v. 8 – “Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, informou a Jesus: Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos...”

Procure colocar-se agora no lugar desse rapaz! Sua fome, neste momento, provavelmente estava no auge. Havia feito uma longa caminhada, e passado muito tempo ouvindo o discurso de Jesus! Quando, vez ou outra a fome fazia com que seus pensamentos se voltassem para a pequena cesta com cinco pães e dois peixinhos, e ele os afastava, pensando retirar-se depois para um lugar solitário, e comer SOZINHO tudo o que a mãe lhe havia preparado. Talvez imaginasse que TUDO, 100% da cesta, ainda não seria suficiente! Será que não ficaria com fome no caminho de volta? Com certeza, pelo menos por alguns momentos, o rapaz deve ter pensado em suas próprias necessidades, em contraste com a necessidade da obra de Deus, ou seja, do povo. Uma luta estava se travando no seu íntimo entre a segurança material e a segurança espiritual. Veja o que Deus tem a dizer sobre esta luta:

Luta Desigual: “É o egoísmo o mais forte e mais generalizado dos impulsos humanos; a luta da alma entre a simpatia [pelos outros] e a cobiça é uma luta desigual; pois ao passo que o egoísmo é a paixão mais forte, o amor e a beneficência são frequentemente os mais fracos, e, em regra, o mal ganha a vitória.” CSM, 25

Seguir Impulsos é Perigoso: “Portanto, em nosso trabalho e nas nossas dádivas à causa de Deus, não é seguro ser dominado pelos sentimentos ou pelo impulso.... Se somos controlados pelo impulso ou mera simpatia humana, então, nos poucos casos em que nossos esforços em prol dos outros são pagos com a ingratidão, ou em que nossas dádivas são mal usadas ou dissipadas, bastará para congelar as fontes da beneficência.” CSM, 25

Agir por Princípios Fixos: “Devem os cristãos agir guiados por princípios fixos, seguindo o exemplo de abnegação e de sacrifício próprio do Salvador.” CSM, 25

Céu: Sem Lugar Para Egoístas: “[Cristo] Deu sua vida com um sacrifício por nós, e nos pede que demos nossa vida em sacrifício por outros.... Cristo não permitirá que nenhuma pessoa egoísta entre nas cortes celestes. Nenhum cobiçoso poderá passar pelos portais de pérola; pois toda cobiça é idolatria.” CSM, 26

Nossa Reação Diante dos Pedidos: “Não deveria ser fato lamentado, o haver cada vez mais pedidos para dar. Deus, em Sua providência, está chamando Seu povo para fora de sua limitada esfera de ação, a fim de que se dediquem a maiores empreendimentos.” CSM

Quem não estiver disposto a correr os riscos ao lado do Senhor, não terá o privilégio de presenciar os milagres em sua vida!

PARA DISCUTIR

1. Como servir ao próximo me aproxima de Deus?

2. Deus já lhe chamou a fazer alguma entrega arriscada do seu tempo, bens, talentos, etc? Você gostaria de compartilhar?
3. Como você justifica as diferenças entre a maneira como Jesus e os discípulos consideraram a multidão?
4. O que deve ter passado na cabeça dos discípulos ao recolherem as sobras?

CONCLUSÃO:
Para qual entrega Deus está lhe convidando hoje? Namoro mundano, amizade inapropriada, comida ou bebida não condizente, imprópria, trabalho no sábado, uma mágoa, uma revolta, falta de perdão (ou outro pecado), de sua casa para um Pequeno Grupo, de seu tempo para dar estudos bíblicos, de sua vida dedicada ao serviço pelos outros, os seus dízimos, uma oferta percentual (pacto), ou várias destas entregas juntas?

AUTOR: Pr. Marcos Faiock Bomfim
Mordomia Cristã - Associação Geral