NINGUÉM MUDA NINGUÉM

“Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se
mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.” Efésios 4:31-32

Todo relacionamento tem seus lindos momentos. Porém, toda relação também tem seus momentos de tensão, desentendimentos, discussões e até mesmo crises. A intensidade de cada momento pode ser controlada? Podemos desfrutar ao máximo os bons momentos e amenizar as tensões de situações conflitantes? A vida a dois exige aprendizado, compreensão, abnegação, entrega e, o principal, uma forte comunhão com Aquele que pode nos moldar para à medida necessária para um casamento feliz.

O ser humano tem uma forte tendência à crítica e condenação. Queremos assumir o controle daquilo que não nos cabe ter o controle. Queremos determinar a forma de pensar ou de agir dos outros quando o próprio Criador nos concedeu o livre arbítrio. Usamos estratégias
desastrosas, achando, que assim, estaremos assumindo o mando da situação. A lei do mais forte surge mais uma vez e acabamos por “destruir” aqueles que prometemos cuidar e amar.

Sucesso no casamento é mais do que encontrar a pessoa certa; é ser a pessoa certa.

Aprenderemos nessa lição como ter relacionamentos felizes aceitando as vontades dAquele que deve ser sempre o centro: Jesus Cristo!

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. ” (Romanos 12:2)

Estratégias desastrosas

Aumentando o tom da voz - “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra ríspida desperta a violência. ” (Prov. 15:1)

Desde quando nos exaltar e até mesmo gritar soluciona conflitos? Normalmente, aumentamos o tom de voz quando percebemos que os nossos argumentos não são o suficiente para convencermos as pessoas daquilo que estamos propondo. Provavelmente nossos pais fizeram assim conosco; provavelmente não funcionou muito e, mesmo assim, é uma das estratégias mais aplicadas por nós. Além de ser extremamente deselegante,
aumentar o tom de voz só demonstra que estamos ainda mais perdendo o controle das nossas emoções e da situação como um todo. As palavras de Jesus sempre foram brandas e sábias mesmo quando fora pressionado e agredido. Ele nos deixou uma promessa:
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. ” (Mateus 5:5).

Muitos casais, no início dos seus relacionamentos, são um exemplo de docilidade e compreensão. Infelizmente, após alguns anos, as diferenças que deveriam ser superadas se tornam em focos de brigas e discussões. Tais atitudes não refletem o desejo de contribuir
com quem amamos, mas sim de diminuí-lo, não desejam libertá-los, mas querem dominá-los; não desejam ensiná-los a pensar, mas querem adestrá-los para obedecer às ordens.

Reflitam juntos sobre as razões que têm levado cada um a esse estado de descontrole. Pensem no quanto estão perdendo um do outro ao permitirem isso. Retomem os gestos de amor e companheirismo que os uniram. Sejam felizes na caminhada de tornar o outro feliz!

Sermões e críticas excessivas - “Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla.” (Prov. 21:9)

Apesar do versículo acima se referir ao sexo feminino, ele se encaixa perfeitamente aos homens também. Muitas vezes repetimos as mesmas palavras, as mesmas justificativas e até ameaças diante das situações conflituosas. Talvez pensemos que pelo excesso de palavras podemos mudar o outro, transformá-lo ou melhorá-lo. Não percebemos que esses argumentos fixos irritam o parceiro gerando uma verdadeira aversão ao convívio.

Por favor, economize as palavras. Evite situações repetitivas e desgastantes. Busque novas estratégias, novos diálogos, novos exemplos. No momento adequado, sugira uma nova leitura, uma nova forma de fazer as coisas dando um “drible” na situação conflitante. Criem atalhos de felicidade e compreensão.

Chantagens e punições - “Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.” 1 Coríntios 7:5

De todas as estratégias que os casais usam para tentarem mudar um ao outro, as chantagens e punições são as mais “infantis” e prejudiciais ao relacionamento. É comum alguns ficarem dias sem se falar; outros cessam os momentos íntimos; dormem afastados; não terá isso ou aquilo enquanto não cumprir o que o chantageador deseja. Tudo isso parece até relato de filmes ou novelas, mas representam o dia a dia de muitos casais. O diálogo é a base para qualquer relação. Quanto mais diálogo, melhor se entenderão as partes envolvidas. Quanto mais oramos e conversamos com Deus, mais próximos e íntimos ficamos dEle e, assim,
entendemos melhor Sua vontade em nossas vidas. Quanto mais conversarmos com nosso cônjuge e filhos, mais fácil nos entenderemos e cresceremos juntos. Há sempre momentos que devemos calar. Porém, até mesmo nesses momentos, devemos fazê-lo como um diálogo sem sons, comunicando o amor que temos pelos nossos. É assim que Deus faz conosco! É assim que devemos aprender com Ele.

Conclusão - apelo

Queridos casais e famílias de Deus, é o Espírito Santo de Deus quem convence os homens do pecado e os traz ao arrependimento. Sejamos apenas canais para essa luz. Invistam em seus lares com tudo que puderem, leiam, estudem, orem, sorriam; tudo sempre juntos! Algumas arestas serão ajustadas por Deus. Outros espinhos teremos que suportar até o dia em que estivermos plenamente curados. O que Deus uniu não separe o homem! Que cada um busque um relacionamento mais próximo com Jesus e que o nosso Criador seja também o aperfeiçoador dos nossos relacionamentos.

PARA DISCUTIR

1. Como está a sua comunhão pessoal?
2. Vocês costumam vivenciar tudo, juntos?
3. Qual foi a última vez que saíram a sós?
4. Quais razões os aproximaram no passado? Quais as razões hoje?
5. Minha família serve ao Senhor Jesus?

"Ao enfrentar o recém-casado par a vida com sua carga de perplexidade e cuidado, desaparece o romance com o qual tantas vezes a imaginação reveste o casamento. Marido e mulher ficam conhecendo mutuamente o caráter, como não lhes era possível conhecê-lo em sua associação anterior. É este um período assaz crítico de sua vida. A felicidade e utilidade de toda a sua vida futura depende de seguirem agora o devido procedimento. Muitas vezes descobrem no outro fraquezas e defeitos insuspeitados: mas os corações que o amor uniu descobrirão também excelências até então desconhecidas. Que todos procurem descobrir as
virtudes e não os defeitos. Muitas vezes é nossa própria atitude, a atmosfera que nos rodeia, o que determina aquilo que o outro nos revelará." (A Ciência do Bom Viver, 132)

Versos estudados nesta lição:
Efésios 4:31-32; Romanos 12:2; Prov. 15:1; Mateus 5:5; Prov. 21:9; 1 Coríntios 7:5

AUTOR: Pr. Anderson Souza - Diretor de Educação da Missão Alagoas