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Dor e Sofrimento [Ep. 02/Temp. 01]

Dor e Sofrimento “No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio a Jerusalém, e a sitiou. E o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá, nas suas mãos, também alguns dos utensílios do templo de Deus. Ele levou os utensílios para o templo do seu deus na terra de […]


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Dor e Sofrimento

“No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio a Jerusalém, e a sitiou. E o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá, nas suas mãos, também alguns dos utensílios do templo de Deus. Ele levou os utensílios para o templo do seu deus na terra de Sinear, e os colocou na casa do tesouro do seu deus.”

Daniel 1:1-2

Nosso sofrimento era gigantesco. Nossa amada cidade foi entregue a Nabucodonosor. Nossos reis viraram seus servos, nossos jovens foram para sua terra, e, anos depois (586 a. C.), nosso templo foi reduzido a cinzas e pó. Diante de tudo isso, todos pensamos que Deus havia nos abandonado. Foi então que um de nossos jovens começou a contar a história de uma forma como nós ainda não tínhamos percebido. Seu nome era Daniel, mais tarde ele se tornaria um de nossos maiores profetas.

Quando Daniel escreveu sobre o Exílio, algo nos impressionou. Na última e definitiva invasão de Nabucodonosor à Cidade Santa, sangue foi derramado, jovens capturados, a população enfrentou fome. Inúmeras foram as barbáries, mas, incrivelmente, Daniel não relatou o sofrimento do povo.

Além do mais, muitos de nossos jovens foram castrados e levados para servirem como eunucos no palácio real, como havia profetizado Isaías (Isaías 39:7). É bem provável que o próprio profeta Daniel tenha sofrido essa mutilação humilhante, uma vez que ficou sob os cuidados do chefe dos eunucos  (Daniel 1:3, 7-8, 10-11 e 18). Contudo o profeta não se preocupou em relatar o seu próprio sofrimento.

Na versão de Daniel do exílio, entretanto, embora ele não tenha falado de seu sofrimento ou o do povo, ele estranhamente citou três vezes os utensílios do templo de Jerusalém. Para mentes ocidentais isso pode soar estranho, mas, para nós, aquilo era uma mensagem muito forte. Sempre que um império era conquistado, era comum que o comandante do exército vencedor entrasse no templo do deus vencido e levasse dali os ídolos que representavam a divindade para a casa do tesouro da nação vitoriosa. Era como se o próprio Deus fosse levado como troféu dos vitoriosos; este seria deportado e incorporado ao rol de divindades inferiores do panteão  daquela nação, representando a derrota da divindade. Como Nabucodonosor não encontrou “nenhum ídolo no templo para levar para o cativeiro, pôde apenas tomar os utensílios como símbolos de seu dono”.

Aquilo significava a humilhação do Deus de Israel. Deus estava indo para o exílio junto com o povo, Ele estava sofrendo junto com Israel. Daniel não se preocupou com seu próprio sofrimento, nem com o sofrimento do povo, porque no sofrimento de Deus estava incluído o sofrimento de todos.

1.            O que você sente ao saber que Deus sempre sofre junto conosco?

2.            Se Deus sofre com o povo, qual deveria ser a nossa atitude com relação às lutas de nossos semelhantes?

3.            Se o sofrimento de todos estava incluído no sofrimento de Deus, qual a melhor forma que temos para “amenizar”, por assim dizer, o sofrimento divino?

Daniel nos mostrou que nós não estávamos solitários no Exílio. Deus também perdeu sua casa e foi morar conosco em Babilônia. Aleluia! Não estamos abandonados neste mundo. Por maior que seja o nosso sofrimento, temos um Deus que sofre conosco, que encara o exílio da dor ao nosso lado. A maior prova disso é que, séculos depois, Ele visitaria nosso planeta e suportaria terríveis aflições para nos mostrar que não estamos sós. Não é à toa que, nesta ocasião, Ele seria chamado de “Emanuel, que quer dizer: Deus conosco” (Mateus 1:23). [Continua...]

Nenhuma lágrima é vertida sem que Deus a note.

Ellen. G. White