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16 - BIPOLARIDADE ESPIRITUAL

Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal pessoa que receberá coisa alguma do Senhor, pois tem mente dividida e é instável em tudo o que faz. (Tiago 1.6-8 NVI) Instabilidade espiritual, altos e baixos, extremos e variações bruscas […]


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Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal pessoa que receberá coisa alguma do Senhor, pois tem mente dividida e é instável em tudo o que faz. (Tiago 1.6-8 NVI)

Instabilidade espiritual, altos e baixos, extremos e variações bruscas marcam aqueles que são de mente dividida, a quem vamos chamar de bipolares espirituais. Quando vamos a um excelente congresso ou quando saímos do Encontro com Deus, por exemplo, recebemos um gás, uma energia espiritual extra, e saímos dali extremamente focados, orando com fervor, lendo a Bíblia com vontade, mas, de repente, com o passar dos dias e diante da rotina maçante do cotidiano, voltamos a pecar, ficamos desanimados, abandonamos as boas práticas e estamos novamente no fundo do poço. Decididos a acabar com isso, buscamos um novo evento, nos abastecemos e o ciclo continua. Altos e baixos, polaridades extremas, negativo, depois positivo.

O texto no início do devocional é de Tiago, e ele nos diz que esse tipo de mentalidade e comportamento nos priva de muitas bênçãos, principalmente da sabedoria. Ele nos fala do assunto muito bem, mas quem exemplifica isso, ao longo de várias gerações, é a nação de Israel, grande símbolo da bipolaridade espiritual que, infelizmente, se parece tanto com a gente.

Deus avisa que irá tirá-los da escravidão no Egito; manda um homem, Moisés; envia dez pragas terríveis contra o inimigo e nenhuma delas atinge o povo de Israel; depois de saírem, já acampados, contemplam o mar se abrir e passam por um corredor com muros de água à direita e à esquerda; esse muro se desfaz depois que eles passam e extermina o poderoso exército egípcio sem que eles precisem jogar uma pedra sequer; no deserto, Deus manda pão do céu, manda codornizes e faz jorrar água das pedras. Em todo esse processo, os israelitas duvidavam, se queixavam, reclamavam e, por vezes, queriam se amotinar.

O fundo do poço acontece quando Moisés sobe uma montanha para falar com Deus e trazer as leis para o povo. Depois de quarenta dias, como o povo acha que ele está demorando muito, entra em desespero. Inventam que Moisés morreu e exigem que Arão lhes faça uma escultura em forma de bezerro para ser o deus deles, a quem adoram e diante de quem festejam com bebidas e obscenidades. Tudo parece tão grosseiro e chocante, mas é mais parecido com a nossa história do que gostaríamos de admitir.

Vivemos intensamente a presença de Deus; ele fala conosco de forma consistente, vemos transformações de vida, libertação e as maravilhas dele nos acompanham, mas depois de um tempo, lá estamos nós, de volta aos velhos chiqueiros. Podemos perceber a razão de tal instabilidade quando o povo se recusa a aproximar-se de Deus e pede que Moisés o faça.

Podemos perceber a razão para tal instabilidade quando Deus diz que deseja falar com o povo diretamente e dá várias recomendações de como santificá-los para o grande dia em que se encontrarão. Ao chegarem ao pé da montanha onde Deus está se manifestando, há terremotos e fumaça. Ouve-se um som muito alto, como o de uma trombeta. Deus fala do meio da montanha e eles sentem medo, ficam desesperados e dizem a Moisés: “Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas que Deus não fale conosco, para que não morramos”. (Êxodo 20.19 NVI).

Esse povo se recusava a ouvir a voz de Deus e preferia um mediador. “Que outra pessoa vá falar com Deus, dá muito trabalho, é muito perigoso!”. Alguns dão desculpas semelhantes hoje e afirmam que quem deve ouvir a voz de Deus é o pastor, e que ele pregue. Outros acham que é o líder de jovens. Buscar ouvir a Deus dá trabalho, sim, mas é um trabalho excelente. Orar, jejuar, consagrar-se e perceber o mover de Deus. Tem gente que está tão desacostumada que procura um profeta, que vai à casa de uma mulher de oração para ouvir o recado de Deus! Que Deus usa homens e mulheres consagrados não há dúvida, mas ele quer falar diretamente com você. A questão é se você está disposto a subir a montanha e ficar lá até ouvir o Senhor.

Quando o povo de Israel fez um bezerro de ouro para adorar, tentou substituir Moisés, que achavam que havia morrido. Eles idolatravam o líder deles. Será que não é o seu caso? A sua espiritualidade depende de outros? Depende do seu líder ter um encontro com Deus? E se o líder demorar para voltar? E se ele demorar para falar? Você precisa se acostumar a subir o monte para que a instabilidade espiritual não assole a sua vida.

AJUSTE A CÓPIA CONFORME O MODELO

Você consegue perceber esse ciclo de altos e baixos? Você depende de quem ou de que para chegar nos “altos”? Quando você ouviu Deus pela última vez? Estabeleça um plano para buscar Deus como se fosse subir a montanha. Busque ouvir a voz de Deus.

ORE COMIGO

Senhor Deus, Preciso admitir que vivo os altos e baixos da vida. A bipolaridade espiritual pode ser vista em mim. Hoje descobri que tenho preguiça e também um pouco de medo de subir a montanha e resolver buscar ouvir a sua voz. Tenho medo de falhar, tenho preguiça de largar alguns confortos e acabo adiando. Assim, vivo dependendo de eventos e homens de Deus. Perdoe-me, Senhor, ajude-me, resgate-me. Dá-me o querer e o efetuar para buscá-lo até encontrá-lo e seguir assim, para que eu seja uma cópia fiel de Jesus, no nome de quem oro, amém.