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06 - MORNOS

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, […]


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Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. (Apocalipse 3.15-17)

A igreja de Laodiceia estava passando por um problema muito parecido com o que enfrentamos hoje: o problema da intensidade. A diferença entre o morno e o quente é a intensidade. O morno tem os mesmos elementos e princípios do quente, porém com muito menos intensidade, sem ardor.

Há um rei que exemplifica isso. 2 Crônicas 25.1, 2 diz: Era Amazias da idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; sua mãe se chamava Jeoadã, de Jerusalém. Fez ele o que era reto perante o SENHOR; não, porém, com inteireza de coração.

Parece que muitos de nós se encaixam perfeitamente neste perfil que a Bíblia pinta do jovem rei Amazias, pois fazemos “o que é reto perante o Senhor”, mas sem a intensidade, “com inteireza de coração” ou, como Jesus diria, “de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22.37). Frequentamos as reuniões da igreja, lemos a Bíblia, jejuamos, mas, mesmo assim, a questão permanece: Estamos fazendo isso com intensidade? Estamos fazendo o que é reto diante do Senhor, de todo coração?

A religiosidade era a marca da Igreja de Laodiceia, pois a mornidão anda de mãos dadas com a religiosidade, “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Apocalipse 3.17). Este é o princípio da religiosidade: a confiança em suas próprias obras. O religioso é incapaz de perceber os seus pecados, pois pensa muito a respeito de si mesmo e acredita na eficiência de suas obras. Ele não depende de mais nada e nem de ninguém.

A salvação do religioso é resultado da sua capacidade e de seus méritos. Aqui, nos deparamos com a pior marca de um religioso: a ausência de Cristo! Pois, uma vez que o religioso pensa ser autossuficiente, Cristo é completamente dispensável. Assim vemos na sequência do texto de Apocalipse, em que Jesus afirma: “Eis que estou à porta e bato...” (cf. Apocalipse 3.20). No dia a dia da vida morna de um religioso, Jesus está do lado de fora, batendo na porta, querendo entrar, pois a autossuficiência não deseja Jesus e ele fica do lado de fora, porque nunca força pessoa alguma.

Porém Deus, em sua infinita misericórdia, sugere uma solução para essa igreja: “Reconheça que você é pobre, infeliz, miserável, cego e nu!”. O combustível para a intensidade é o reconhecimento explícito do real estado do coração religioso. Nós precisamos aprender a reconhecer quão pecadores somos, e essa é a marca dos grandes homens de Deus, que tinham uma visão clara de seu estado miserável sem a presença e a ação gloriosa do Senhor.

Grande bênção é ser repreendido por Deus, que explica: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo” (Apocalipse 3.19). Jesus encontra uma igreja autossuficiente e inicia o processo de restauração. A graça começa com a repreensão dura: “Vocês são infelizes e miseráveis”, pois a salvação do autossuficiente só é possível e só começa com o reconhecimento do seu estado de humilhação. Mas Cristo não deseja nos humilhar sem razão, Ele quer nos mostrar a triste realidade do que está dentro de nós para que possamos compreender nossa absoluta necessidade de um salvador, que graciosamente não está longe, mas batendo na porta e pedindo para entrar!

Deus está na nossa porta! A porta de um miserável e infeliz, pobre, cego e nu. Ele está dizendo: Deixe-me entrar, porque vou cobrir a sua nudez, tenho colírio para os seus olhos e muitas riquezas para você! A intensidade só é possível a partir desse processo gracioso. Só depois que reconhecermos nosso estado de limitação e miséria sem Jesus e abrirmos a porta para o salvador de pecadores miseráveis é que faremos “o que é reto diante do Senhor, de todo coração”.

 

AJUSTE A CÓPIA CONFORME O MODELO: 

Há uma relação estreita entre religiosidade e mornidão, assim como reconhecimento e intensidade. Defina uma estraté- gia para sabotar o religioso que existe dentro de você. Escreva as características de autossuficiência que você localiza em si mesmo e, ao lado, procure listar sintomas de mornidão associados. Apresente a lista em oração e convide o Senhor para entrar, assumindo sua total incapacidade de viver e agradar a Deus sem a presença constante e ativa do Espírito Santo.

ORE COMIGO:

Senhor, sempre que estou dependendo de ti e com o coração quebrantado consigo vitória, porém mal ela chega e já me acho um “grande homem de Deus”, como se eu já soubesse como agir sem contar com o Espírito Santo. Quando isso acontece, esfrio e fico morno e religioso, insuportável para os meus irmãos e para o Senhor também. Tem misericórdia de mim. Dependo de ti, vem viver em mim a sua vida e ensina-me a depender. Que eu seja uma cópia fiel de Jesus, no nome de quem oro, amém.